sábado, 6 de agosto de 2011

Esta parceria literária está ficando boa!

Aprendendo a escrever
            Sabe o que eu descobri? Algo que algumas pessoas talvez já saibam, enquanto outras, ainda nem tenham experimentado. Descobri que escrever, ou melhor, digitar em uma página em branco do Word em meu “PC” não é a mesma coisa que escrever com uma caneta em uma folha de papel em branco. E afirmo que a diferença, não está na facilidade de digitar sem dar calos nos dedos como enquanto escrevemos manualmente, e talvez, eu diria que nem sei exatamente qual a diferença, mas sei que ela existe.
            Sei que hoje, ao digitar um simples e-mail de agradecimento, demorei aproximadamente 1h para concluir, além do tempo que levei para corrigi-lo e a demora, não se deu pelo fato de estar em meu local de trabalho em meio ao som dos motores das motos, toque dos telefones, cliente falando e muito mais, parecia apenas, que as palavras fugiam de minha mente e as letras se embaralhavam no teclado. Será que era porque no teclado as letras não estão em ordem alfabética? Acredito que não, pois diante do papel eu nem vejo as letras antes de formar palavras, somente depois que eu as escrevo.
            Para dar mais consistência a minha “grande descoberta”, antes de começar a escrever com minha caneta no papel em branco, sentei-me diante do meu “PC” e agora o ambiente é outro: estou em minha casa, sozinha e ouvindo uma boa música, só não me pergunte qual, pois o gênero que é bom para mim pode não ser bom para você. Contudo, é este o ambiente que eu preciso para soltar as palavras. E olha que interessante, na página do Word, dificilmente eu “deletava” algo que digitava, porque tão pouco, eu estava a digitar. Para onde foram as palavras?
            Sinceramente eu não sei, só sei que diante da folha de papel em branco, as palavras surgiram naturalmente e sem que eu precisasse me esforçar, pois a arte, seja ela qual for, está no que é natural, nos mínimos detalhes, no contorno de cada letra e na linha de cada palavra formada.
            Quando escrevo, escrevo com todo o meu corpo e mesmo que me doa o punho como me dói agora, o resultado faz valer a pena. Vale à pena cada erro ortográfico e principalmente, cada acerto que veio do meu saber e não da correção automática do Word que às vezes, eu nem percebo e muito menos contribui para o meu crescimento.
           Contudo, estou muito feliz com a minha “descoberta” que talvez, nem seja tão nova quanto as que costumamos ver na TV, nos jornais ou na internet. E é lastimável saber que muitos ainda não tenham experimentado do prazer que é escrever e que estão cada dia mais artificializados. Mas agora sim, voltarei à página do Word em meu “PC” para passar a limpo o que acabei de rabiscar e como dizem os jornalistas, enxugarei todo o texto, para que assim, eu possa perceber cada erro ortográfico, cada excesso e cada acerto detalhadamente. Afinal, é praticando a escrita que se aprende a escrever.
            Autoria MBO 29/06/2011

Coisas de Criança

Coisas de criança

A menina, Betina, sempre foi uma garotinha bisbilhoteira e curiosa, do tipo que sempre faz perguntas. Com tudo, sempre foi uma garotinha adorável.
Certa vez, Betina, estava brincando no chão da cozinha, enquanto sua mãe fazia o jantar. Foi quando seu pai chegou e deu um beijo em cada uma. Enquanto seus pais conversavam e trocavam carinhos, a menina parecia alheia a tudo, brincando com sua boneca, porém com as antenas ligadas.
Seu pai, Túlio, deu um tapinha nas nádegas de Bárbara, sua mãe, e a perguntou se naquela noite teria; recebeu o sim que veio acompanhado por um aceno de cabeça e com um olhar que recomendava cuidado, pois a filha estava por perto. Mas, já era tarde demais.
- Hoje tem o quê? Perguntou, a menina, com um olhar de quem se sente traída.
Os dois riram e desconcertaram, dizendo não ser nada, só uma coisa de adulto.
Com certeza, aquela resposta não foi bem aceita pela menina, que passou a vigiar os passos dos pais, assim como uma leoa fica à espreita de sua caça.Na sua cabecinha, cheia de imaginação, ela tinha a certeza de que eles iriam comer algo escondido, provavelmente, um sorvete, já que estava gripada.
Na hora de dormir, seu pai foi contar-lhe algumas histórias, mas a menina era resistente ao sono, não pretendia dormir. Bárbara chamou pelo esposo, pediu a ele para não demorar. Impossível não demorar, sendo a menina tão resistente.
Túlio foi deitar-se, após a menina fechar os olhos, já chegou todo assanhado e querendo brincadeiras. Bárbara ficou espantada pela dureza do membro e queria aproveitar, antes que o cansaço batesse.
Foi quando o anjinho, como o pai a chamava, chorou e chamou pela mãe. Betina ouviu a mãe esbravejar e a recebeu cheia de carinho.
- Chega de brincadeiras, molequinha. Durma! Antes que leve umas palmadas.
Mesmo com sua autoridade, a mãe, foi enrolada por uns quarenta minutos, até que Betina cedeu novamente e fechou os olhinhos.
Mais que depressa, a esposa, cheia de afeto, retornou à cama e ficou desapontada quando ouviu do esposo:
- Ah! Meu amor, deixa pra amanhã. Esperei tanto que amoleceu. Os dois trocaram beijos, ajeitaram-se e dormiram.
Betina levantou, caminhou nas pontas dos pés até o quarto dos pais e sorriu satisfeita.
- Bem feito! O sorvete amoleceu, quem manda querer comer escondido de mim.
Betina voltou à cama e dormiu como um anjo.

Éverton Abreu