sábado, 8 de outubro de 2011

Então, Pedro, até setenta vezes sete


Hoje recebemos, com alegria, um texto de Rodrigo Davel que abrilhanta  o Blogue: http://bixudipe.blogspot.com/
Rodrigo, muito obrigado por ter dito sim ao convite!
Seja bem vindo!


Então, Pedro, até setenta vezes sete

Perdoe-me se não o perdoei (?). É que sou contaminado pelo tempo em que estamos, que nos adoece. Qual é o limite do mocinho? Então, quando se é, pois, vilão? Nosso tempo, leitor, não nos deixa opção: somos mocinhos e somos vilões. E quem decide não é você! Outros decidem. Portanto, julgue-me vilão, se for o caso, mas não diga que sou mocinho. Não sou mesmo! E nem ligo para isso, porque você também não o é. Somos aquilo que podemos ser e aquilo que em nós querem ver.
Permita-me, então, discorrer ‘sobre’. Porém, poupo-o dos exemplos-clichês. Não é que eu esteja julgando o (mau) caráter de ninguém. Também não absolvo. Mas percebemos em nosso tempo o prazer da disputa, não necessariamente da conquista. Pois sempre há uma nova disputa por alguma coisa qualquer. E exatamente por isso, prefiro crer em mocinhos desvirtuados a crer em vilões sossegados. Porém, não afirmo ser inato a ninguém o mau-caratismo. Também não reforço a ideia behaviorista, porque sou, pois, adepto da corrente interacionista, ou construcionista, de Piaget ¹: “Somos tábulas rasas”(?)² que a vida trata de encher, além de ‘construir’ a refeição que serviremos aos próximos. Quando, destarte, um mocinho permitir-se maldar, deixará de ser mocinho.
Acontece que, a cada dia, vejo os mocinhos com os quais convivo mostrarem garras “ala Wolverine”: fazem o bem, desde que não sejam incomodados. O melhor amigo pode ser também inimigo. Eis o melhor molde para nosso tempo. Estamos nos Wolverizando a cada dia, a cada escolha, a cada rancor não tratado. Exibimos o orgulho de sermos heróis e temos garras poderosas para o ataque ao inimigo. Definimos o inimigo pelo potencial de disputa, o mesmo que, antes, nos unia.
O papel do mocinho sempre foi defender-se (defender-nos), não é? Então, afinal, o que há conosco? E o amor ao próximo, ao irmão, onde está? Os mocinhos estão recorrendo a Eclesiastes logo cedo, às 7h20. Já acordam com a máxima: Olho por olho, dente por dente. Em um momento de mocinho, sinto-me pequeno, fraco, um “moço-inho”. Ah! Mas ser vilão é bem mais ão: é ser mandão, sentir-se grandão, ser campeão, o espertão... é ter solução. Entretanto, semelhante leitor, o mocinho é quem faz uso do ão mais forte e valioso. O mocinho vive com o coração. E isso, mocinho, não está em disputa. Portanto, vilão, destrua-me meu caminho, mas nunca vencerá meu coração.
Assim, indago-me constantemente: sujeito, quem encheu sua tábula com tanta porcaria? Agora, por que serve isso aos próximos? Afinal, a interação não é somente explicita. Talvez seja muito maior a responsabilidade da interação implícita. Ao atingirmos a maturidade necessária para distinguirmos o joio do trigo, transferimos ao ego a responsabilidade das decisões. Ou seja, por mais lixeira que tenha sido cada tábula, sempre é tempo de limpeza, reciclagem e reformulação. Então, tudo bem (!) se suas influências não foram adequadas, ou as melhores. No entanto, continuar na lama é opcional.  “Certidão de nascimento não é atestado de ignorância”³.
Sendo assim, o mal de nosso tempo é agudo, mas ainda não é crônico. Juntemos as forças, mocinhos, e tratemos os vilões em nós. Mas não sugiro a utopia de medicarmos uns aos outros. Não! Cada mocinho com sua patologia, até porque adoecemos simplesmente e ninguém pode diagnosticar a mazela por antecedência. E, assim, e somente após, perdoe-me. Pois já terei também perdoado a todos.

Rodrigo de Assis Davel, Cachoeiro de Itapemirim, 04 de outubro de 201.


1-      Piaget formula o conceito de epigênese, argumentando que "o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas". (Piaget, 1976, apud Freitas 2000:64)
2-      O filósofo inglês John Locke (1632-1704), considerado o protagonista do empirismo, foi quem esboçou a teoria da tábula rasa (literalmente ardósia em branco em português). Para Locke, todas as pessoas, ao nascerem, o fazem sem saber de absolutamente nada, sem impressão nenhuma, sem conhecimento algum. Então, todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela tentativa e pelo erro.
3-      A expressão “certidão de nascimento não é atestado de ignorância” é de autoria do professor Fábio Brito, que ainda costuma completar a frase com outra expressão, mas na forma denotativa: “Não nasci na Idade Média. No entanto, dou aula sobre Trovadorismo”.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Por que ou para quem escrevo?


Há quem escreve por tudo e para tudo,
mas sem sentimento algum,
apenas para agradar as pessoas ou realizar caprichos.
Porém melhor do que rótulos
é o prazer de exprimir em palavras aquilo que sente
e fazer da escrita uma arte.
Escrever é fazer orações que subordinadas,
submissas ou insubordinadas a quem lê,
cria mundos e constrói pensamentos.
Por isso, escrevo pelo simples prazer de escrever,
sem querer aplausos ou conquistar medalhas.
Escrevo porque as palavras, não escritas,
latejam em mim como feridas abertas
e o remédio é transcrevê-las.
Sendo elas doces, amargas, duras ou de amabilidades extremas.
Éverton Abreu

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sonhos


Sonhos e imaginação

Lembro-me, com saudades, dos tempos de criança em que sonhava ser um vaqueiro. Passava a mão em um cabo de vassoura qualquer, amarrava capim na ponta e imaginava ser o meu alazão. Corria em volta da velha casa, de chão batido, e seguia rumo ao campo, meus pezinhos iam levantando poeira e eu continuava a correr.
Quando o vento batia no meu rosto e esvoaçava os meus cabelos, ralos e negros como de um índio, pensava o quanto meu cavalo era veloz. Sentia o coração de menino bater no compasso do trote e via-me galopando em meio aos morros, cortando os estradões, segurando bem firme o barbante que eu fazia de rédeas.
Arqueava uma das mãos e gritava, bradando e encorajando meu companheiro a correr mais rápido. Minha imaginação se fazia mais ligeira do que meu cavalo, e quando abria os olhos me via ladeado de outros cavaleiros, todos seguindo o mesmo rumo. Eu, porém, era o mais valente deles e comandava a tropa.
Subíamos o morro da Gaivotinha. Encontrávamos um grande rebanho de gado. Corríamos ao seu encontro e eu tomava a frente, já preparado com uma corda, em uma das mãos, pronto para a laçada e para enfrentar o boi corisco que dizia-se mais valente que eu. Conduzíamos todo o gado de volta ao cercado e todo o suor valia a pena.
De volta a casa respirava com alívio e ar de missão cumprida. Despedia-me dos meus amigos, sentava no banquinho e começa a imaginar se no outro dia a aventura seria a mesma. Ficava ali longe com meus pensamentos de menino sonhador até ser interrompido por minha mãe. Antonio, venha tomar banho para jantar!
                                                                                                           Éverton Abreu

domingo, 18 de setembro de 2011

Meu primeiro soneto.

No mês de Agosto, por ser dedicado à família, nossa CEB's ficou responsável por criar uma poesia, paródia ou música, em homenagem à Santo Ezequiel Moreno. E como passaram a bola para mim, arrisquei-me em criar um soneto. Porém não consegui desenvolver todos os versos de forma que ficassem decassílabos (dez versos), alguns estão hendecassílabos (onze versos). Mas valeu a experiência.

Soneto à Santo Ezequiel
Desde menino já tinha vocação,
cresceu e cursou o bom caminho.
Da família recebeu com carinho
o sentido do que é ser cristão.

Nos agostinianos, a missão
que com fé seguiu o seu destino,
ajudou a muitos pequeninos
e dos grandes recebeu humilhação.

Enfim! Mostrou o que é ser fiel,
e a se doar com o coração,
o moreno e santo, Ezequiel.

Câncer, morte e eterna salvação,
beatificado foi no papel,
deixando pra nós a grande lição.

Marcadores: CEB's (Comunidade Eclesial de base). A minha é a São Cristovão.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Recordei-me deste texto, que produzi no período passado, ao fazer um exercício avaliativo na matéria de morfologia em que usava o "Poeminha do contra".

Seguindo em frente

Amo o conotativo e a subjetividade que a literatura pode proporcionar e, assim, levar um texto à varias interpretações que podem ser usadas a nosso favor ou contra.
Certa vez ouvi um colega, da sala de aula, a quem admiro pela inteligência, declamar com paixão o “Poeminha do Contra” de Mario Quintana e depois de declamado o poema, acrescentou: “ Para quem não sabe ler um pingo é letra”.
Com certeza foi uma indireta a alguém. Embora não tenha sido para mim, fiquei instigado em estudar o poema, pois um pingo pode ser muito mais do que letra.
Possivelmente, esta foi a forma que compreendi no momento, que o poema foi usado para dizer algo a quem se opõe em seu caminho. “Estes passarão enquanto eu continuo”. Essa, porém, é uma das interpretações.
Segundo o dicionário Priberam, os verbetes passarão e passarinho tem dois significados e se a pessoa atingida basear-se em qualquer um dos dois, advogar-se-á muito bem.
No primeiro significado encontramos o aumentativo e o diminutivo do substantivo pássaro. Dentro deste significado, podemos dizer que a pessoa atravanca o caminho por ser um pássaro grande e, de certo, o mais forte subjuga o mais fraco, ou seja, vence o mais forte.
Antes que alguém diga “ou não”, podemos, sim, dizer que a situação pode ser o contrário, mas para o fraco vencer, tem que ser muito esperto.
No segundo, encontramos o verbo passar na 3ª pessoa e o verbo passarinhar na 1ª pessoa do singular. Sendo possível a interpretação: Os que atravancam meu caminho passarão,  enquanto eu vadio. Pois passarinhar é o mesmo que vadiar.
Cheguei a conclusão de que antes de ser indireto com alguém, tenho que avaliar o que digo, pois isso pode ser usado contra mim. De forma alguma quero bater de frente com alguém e estou aqui para ser amigo de quem quer ser meu amigo.
Declaro não ter nada contra ninguém e meu objetivo aqui é muito mais do que richas, porque a “Aquila non captat muscas”. O meu alvo vai mais além. E sei que estou aqui de passagem, pois tudo passa.
Mas como diz, o próprio, Mario Quintana: “As únicas coisas eternas são as nuvens”. Eu, porém, acrescento que o único eterno é Deus. Não quero passarinhar, quero, sim, seguir em frente com dignidade, sabedoria e cabeça erguida.
Éverton Abreu



sábado, 6 de agosto de 2011

Esta parceria literária está ficando boa!

Aprendendo a escrever
            Sabe o que eu descobri? Algo que algumas pessoas talvez já saibam, enquanto outras, ainda nem tenham experimentado. Descobri que escrever, ou melhor, digitar em uma página em branco do Word em meu “PC” não é a mesma coisa que escrever com uma caneta em uma folha de papel em branco. E afirmo que a diferença, não está na facilidade de digitar sem dar calos nos dedos como enquanto escrevemos manualmente, e talvez, eu diria que nem sei exatamente qual a diferença, mas sei que ela existe.
            Sei que hoje, ao digitar um simples e-mail de agradecimento, demorei aproximadamente 1h para concluir, além do tempo que levei para corrigi-lo e a demora, não se deu pelo fato de estar em meu local de trabalho em meio ao som dos motores das motos, toque dos telefones, cliente falando e muito mais, parecia apenas, que as palavras fugiam de minha mente e as letras se embaralhavam no teclado. Será que era porque no teclado as letras não estão em ordem alfabética? Acredito que não, pois diante do papel eu nem vejo as letras antes de formar palavras, somente depois que eu as escrevo.
            Para dar mais consistência a minha “grande descoberta”, antes de começar a escrever com minha caneta no papel em branco, sentei-me diante do meu “PC” e agora o ambiente é outro: estou em minha casa, sozinha e ouvindo uma boa música, só não me pergunte qual, pois o gênero que é bom para mim pode não ser bom para você. Contudo, é este o ambiente que eu preciso para soltar as palavras. E olha que interessante, na página do Word, dificilmente eu “deletava” algo que digitava, porque tão pouco, eu estava a digitar. Para onde foram as palavras?
            Sinceramente eu não sei, só sei que diante da folha de papel em branco, as palavras surgiram naturalmente e sem que eu precisasse me esforçar, pois a arte, seja ela qual for, está no que é natural, nos mínimos detalhes, no contorno de cada letra e na linha de cada palavra formada.
            Quando escrevo, escrevo com todo o meu corpo e mesmo que me doa o punho como me dói agora, o resultado faz valer a pena. Vale à pena cada erro ortográfico e principalmente, cada acerto que veio do meu saber e não da correção automática do Word que às vezes, eu nem percebo e muito menos contribui para o meu crescimento.
           Contudo, estou muito feliz com a minha “descoberta” que talvez, nem seja tão nova quanto as que costumamos ver na TV, nos jornais ou na internet. E é lastimável saber que muitos ainda não tenham experimentado do prazer que é escrever e que estão cada dia mais artificializados. Mas agora sim, voltarei à página do Word em meu “PC” para passar a limpo o que acabei de rabiscar e como dizem os jornalistas, enxugarei todo o texto, para que assim, eu possa perceber cada erro ortográfico, cada excesso e cada acerto detalhadamente. Afinal, é praticando a escrita que se aprende a escrever.
            Autoria MBO 29/06/2011

Coisas de Criança

Coisas de criança

A menina, Betina, sempre foi uma garotinha bisbilhoteira e curiosa, do tipo que sempre faz perguntas. Com tudo, sempre foi uma garotinha adorável.
Certa vez, Betina, estava brincando no chão da cozinha, enquanto sua mãe fazia o jantar. Foi quando seu pai chegou e deu um beijo em cada uma. Enquanto seus pais conversavam e trocavam carinhos, a menina parecia alheia a tudo, brincando com sua boneca, porém com as antenas ligadas.
Seu pai, Túlio, deu um tapinha nas nádegas de Bárbara, sua mãe, e a perguntou se naquela noite teria; recebeu o sim que veio acompanhado por um aceno de cabeça e com um olhar que recomendava cuidado, pois a filha estava por perto. Mas, já era tarde demais.
- Hoje tem o quê? Perguntou, a menina, com um olhar de quem se sente traída.
Os dois riram e desconcertaram, dizendo não ser nada, só uma coisa de adulto.
Com certeza, aquela resposta não foi bem aceita pela menina, que passou a vigiar os passos dos pais, assim como uma leoa fica à espreita de sua caça.Na sua cabecinha, cheia de imaginação, ela tinha a certeza de que eles iriam comer algo escondido, provavelmente, um sorvete, já que estava gripada.
Na hora de dormir, seu pai foi contar-lhe algumas histórias, mas a menina era resistente ao sono, não pretendia dormir. Bárbara chamou pelo esposo, pediu a ele para não demorar. Impossível não demorar, sendo a menina tão resistente.
Túlio foi deitar-se, após a menina fechar os olhos, já chegou todo assanhado e querendo brincadeiras. Bárbara ficou espantada pela dureza do membro e queria aproveitar, antes que o cansaço batesse.
Foi quando o anjinho, como o pai a chamava, chorou e chamou pela mãe. Betina ouviu a mãe esbravejar e a recebeu cheia de carinho.
- Chega de brincadeiras, molequinha. Durma! Antes que leve umas palmadas.
Mesmo com sua autoridade, a mãe, foi enrolada por uns quarenta minutos, até que Betina cedeu novamente e fechou os olhinhos.
Mais que depressa, a esposa, cheia de afeto, retornou à cama e ficou desapontada quando ouviu do esposo:
- Ah! Meu amor, deixa pra amanhã. Esperei tanto que amoleceu. Os dois trocaram beijos, ajeitaram-se e dormiram.
Betina levantou, caminhou nas pontas dos pés até o quarto dos pais e sorriu satisfeita.
- Bem feito! O sorvete amoleceu, quem manda querer comer escondido de mim.
Betina voltou à cama e dormiu como um anjo.

Éverton Abreu

domingo, 3 de julho de 2011

Paródia sobre: As expressões da tecnologia na Língua Portuguesa

Paródia :   Eu quero vc na web
Música : Como eu quero ( Kid Abelha)
Ligo o meu pc pra navegar  na internet
Minha banda larga agora é wireless
Posto no seu blog, acesso o seu Orkut
Já te adicionei também no meu facebook

Hum!.....  Eu quero você na web

Meu HD  precisa é de um backup total
Pois minha homepage já deu pane geral
Por causa de um dowload que estava Hackeado
 E os meus documentos  foram todos deletados

Hum !..... Eu vejo vc na Web  (2x)

Comprei um celular que é fora do normal
Bluetooth, touch screen, smart fone e digital
Com ele estou conectado  pra teclar com você
Enquanto a assistência não formata meu PC

Hum!.....  Eu quero você na web

Com a tecnologia  o  vocabulário aumentou
E  a rede me ensina  a ser um logador
uso o meu  internetês prá um tempo ganhar
é a lei do menor esforço, que pode viciar
Éverton Abreu                

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mais um texto da minha amiga Marciele

Nossos caminhos: nossas escolhas

          Hoje um amigo me disse que um antigo amor ressurgiu do passado e mexeu com seu sentimento aparentemente esquecido. Disse estar confuso e, até mesmo, questionou o porquê da vida ser tão complicada. Mas será mesmo que tal complicação é responsabilidade da vida ou somos nós quem a tomamos como autores?
         Outro dia, mesmo, eu estive pensando sobre o que é amar, sobre o que valorizamos para considerarmos um determinado sentimento ser amor, então os primeiros valores que vieram a minha mente foram: amizade, cumplicidade, companheirismo, atenção e discernimento, tanto em atitudes como em palavras durante um diálogo. Um casal que encontra tais valores encontra uma mina de ouro que muitos vivem a procurar.
         No entanto, se um grande amor é composto por qualidades tão sólidas, tão raras de se encontrar. Por que é, então, que deixamos escapar de nossas vidas, permitindo que se perca no passado e que só volte anos depois para nos “confundir”? Por que é que precisamos do tempo ausente deste amor para, só então, reconhecermos que o que sentimos é verdadeiramente amor?
          Na verdade, não é a vida que nos faz tomar caminhos diferentes, um dos outros, somos nós que procuramos percorrê-los e não somos capazes de dizer para a pessoa amada: “Venha comigo!” Achamos mais simples seguirmos sozinhos e, quando assim fazemos, percebemos o quanto mais poderíamos ter caminhado se alguém em especial estivesse ao nosso lado.
          Somos nós quem escolhemos ter um amor do passado para recordar, do contrário de torná-lo presente a cada dia e por mais que eu faça parte desta humanidade, confesso que não consigo compreender o porquê de procurarmos esquecer o que poderíamos viver intensamente.




Autoria MBO 02/05/2011

domingo, 19 de junho de 2011

Nostalgia

Lembro-me com tristeza do dia em que partiu,
mas nunca desejei aquela despedida,
nem ver os seus olhos, agora cerrados, perderem o brilho
e os seus lábios o sorriso que tanto me encantava.
Sei que nos encontraremos novamente,
daremos risadas recordando dos dias
que  prendia-me em suas pernas para pentear-me os cabelos emaranhados,
do dia em que cai e quebrei o dente da frente,
e você me fazia sorrir para apreciar minha janelinha.
Pois é, a vida tem dessas coisas,
permite que a morte, sua parceira, leve embora quem mais amamos.
E a única coisa que nos resta são as lembranças e a eterna saudade.
Aprendi muitas coisas contigo.
Creio que a maior delas porei em prática
se, ao menos, conseguir ser para uma criança,
um pouquinho do que foi pra mim,
MÃE.
Liese Toman

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O momento em que te perdi

Um pedido constante
Palavras, palavras e palavras
Que medo tens de viver?
Ocultar desejos e anseios por medo em arriscar

Um olhar confiante
Um sorriso espontâneo e sincero:
Não precisa ter medo em tentar!
E não houve.
Foi o momento em que te perdi

Foi quando os desejos e anseios falaram por si
Quando não houve mais contradições
E o querer viver floresceu em mim
Foi então que eu te perdi.

A incerteza do talvez ganhou espaço em ti
Quando a certeza do querer viver crescia em mim.
Os caminhos já não eram os mesmos
Talvez nunca os tivessem sido.

Não te perdi pelo tempo
Ou pela incapacidade de lutar.
Te perdi por me conhecer mulher e por você
Não ter se reconhecido homem para mim

Foi quando me encontrei
O momento em que te perdi.

 Marciele Brandão                            

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Para refletir!

A sabedoria é inimiga da ignorância que, por sua vez, é irmã do preconceito.

A ignorância citada não é a que os iletrados carregam
e que possuem pela falta de oportunidades e de estudos.
Mas, sim, a ignorância que habita, em fraternidade,
nos corações dos preconceituosos.
Liese Toman               

Pequeno desafio.


Coloque a(s) vírgula(s) para que a frase tenha sentido.

Um fazendeiro tinha um bezerro
e a mãe do fazendeiro era também
o pai do bezerro.

Boa Sorte!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Receita de fazer homem

É incontestável a sabedoria divina,
por isso Deus criou primeiramente o homem.
Pois, se sua primeira obra fosse a mulher
e esta tivesse os meus temperamentos,
já entregaria um papel de pão rascunhado,
contendo a seguinte receita:
Pegue um punhado de barro e faça uma tigela,
coloque 80 kg de ogro machista,
200 gramas de inteligência
que é o necessário para aprender a levantar a tampa do vaso
e concordar com a opinião feminina,
2 pitadas de mira, o suficiente, para acertar o buraco da latrina,
1 kg de paciência,
2 kg de sinceridades,
2 sacos de fidelidades,
2 braços fortes para acalentar e afugentar os medos,
misture tudo,
bata bem a massa e deixe descansar.
Com certeza depois de pronto teremos um homem perfeito
que respeite, ame, trate bem a sua amada
e dê à ela toda atenção necessária.
Mas como não foi assim,
resta-nos ter a percepção de escolher o perfeito
dentre tantos imperfeitos.
Se é que há perfeição.
Liese Toman

terça-feira, 19 de abril de 2011

1º texto recebido.

Ler é prejudicial à burrice

                Não é legal dizer que uma pessoa é burra, mas muitas pessoas se consideram e persistem em propagar a sua ignorância, dizendo que sua inteligência é limitada e não conseguem aprender.
Para essas pessoas, caso queiram permanecer assim, existe uma opção. Nunca leiam um livro!  Nem sequer os abra, pois neles contem uma fonte de conhecimento, capaz de mudar todo o raciocínio de um ser humano, tornando-o um grande entendedor e buscador de sabedoria.
                Ler é um ato perigoso, é um vício que não tem volta, é viajar tanto no imaginário quanto no real. De certo, é necessário saber selecionar o seu livro, mas toda leitura é bem vinda, pois enriquece o vocabulário e ajuda na memorização da grafia.
                Melhor do que ler, somente escrever. Escrever é a arte de criar  mundos, é transpor as barreiras do preconceito e da razão, é brincar de deus, mas de uma forma pura, sem vontade de se colocar no lugar de Deus.
                Mas, a magia maior está em quem lê, pois são estes que dão vida aos textos e tornam estes mundos reais, mesmo que sejam na imaginação. Porém, ao ouvir ou ler estes conceitos, cabe a cada um escolher o que quer, mesmo que seja a burrice eterna.

Éverton Abreu

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Divulguem os seus textos aqui no blog!

É só os enviar para o e-mail: blogdaliese@hotmail.com.
Será um grande prazer!
“ Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.”
Alberto Caeiro     

sexta-feira, 15 de abril de 2011

“Pré-conceito”


        Quem pensa que é? E o que pretende arrotando, com soberba e ironia, as suas frases feitas e os seus conceitos distorcidos? Julgando-se o dono da razão dissemina ideologias equivocadas de que o diferente não é permitido.
        Critica as raças, as sexualidades, os pensamentos, as opiniões e nem ao menos olha para o próprio umbigo, desperdiçando o seu tempo com agressividades.
        Sentiria pena se o considerasse, mas há tempos não me preocupo com os seus interesses. Porém, lamento maior é sentido para aqueles que o seguem. Pela sua idade avançada poderia ser considerado um sábio respeitado, no entanto, a sabedoria e o respeito não andam contigo, pois os temperamentos não são compatíveis com o teu.
        Desejo que as pessoas exerguem que os seus ideais não levam à nada, passando a conviver umas com as outras em harmonia e à base do respeito, quebrando as barreiras que você construiu.
        E para os que não o conhecem, direi sem mistérios. Seu nome é Preconceito.


Liese Toman

Chegou o fim de semana.


Vamos aproveitar para ler um bom livro!


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mulher racional

Não procuro um amor para ser a razão de viver.
Não julgo quem assim o faz,
mas procuro viver a vida,
destemida dos casos e acasos,
com a cabeça erguida,
tendo por auxiliar a razão,
companheira, esta, inseparável.
Chega de ideologias!
Na espera de um príncipe encantado,
pois isto é coisa do passado.
Não que eu seja feminista,
porém não quero só ser a fêmea submissa de um homem.
Muito pelo contrário,
quero ter uma família, filhos, esposo,
alguém para chamar de meu,
para compartilhar de todos os meus momentos.
Mas não estou desesperada, sou resolvida.
E se ainda estou sozinha
é porque não encontrei um ser à altura.
Afinal,
Sou mulher e não um objeto.
Minha cabeça não foi feita só para balançar em concordância,
já que o cérebro foi feito para o pensamento.
Quero raciocinar, pensar e isto faço em supremacia.
Quer pretender-se?
Cresça!
                                                                                                          Liese Toman

Bem Vindos!

Recebo-os com cordialidade.

Antes de comungar ideias, estudos, e acolher com satisfação a opinião e comentários de cada um, quero me apresentar.
Sou Eliese Toman, nasci no dia 02 de Agosto de 1980, sou estudante de Letras e apaixonada pelo mundo da literatura.

A proposta do blog é divulgar textos e estudos, então, conto com a ajuda de professores, alunos e os leitores adeptos.

Deixem os seus comentários.