sábado, 6 de agosto de 2011

Coisas de Criança

Coisas de criança

A menina, Betina, sempre foi uma garotinha bisbilhoteira e curiosa, do tipo que sempre faz perguntas. Com tudo, sempre foi uma garotinha adorável.
Certa vez, Betina, estava brincando no chão da cozinha, enquanto sua mãe fazia o jantar. Foi quando seu pai chegou e deu um beijo em cada uma. Enquanto seus pais conversavam e trocavam carinhos, a menina parecia alheia a tudo, brincando com sua boneca, porém com as antenas ligadas.
Seu pai, Túlio, deu um tapinha nas nádegas de Bárbara, sua mãe, e a perguntou se naquela noite teria; recebeu o sim que veio acompanhado por um aceno de cabeça e com um olhar que recomendava cuidado, pois a filha estava por perto. Mas, já era tarde demais.
- Hoje tem o quê? Perguntou, a menina, com um olhar de quem se sente traída.
Os dois riram e desconcertaram, dizendo não ser nada, só uma coisa de adulto.
Com certeza, aquela resposta não foi bem aceita pela menina, que passou a vigiar os passos dos pais, assim como uma leoa fica à espreita de sua caça.Na sua cabecinha, cheia de imaginação, ela tinha a certeza de que eles iriam comer algo escondido, provavelmente, um sorvete, já que estava gripada.
Na hora de dormir, seu pai foi contar-lhe algumas histórias, mas a menina era resistente ao sono, não pretendia dormir. Bárbara chamou pelo esposo, pediu a ele para não demorar. Impossível não demorar, sendo a menina tão resistente.
Túlio foi deitar-se, após a menina fechar os olhos, já chegou todo assanhado e querendo brincadeiras. Bárbara ficou espantada pela dureza do membro e queria aproveitar, antes que o cansaço batesse.
Foi quando o anjinho, como o pai a chamava, chorou e chamou pela mãe. Betina ouviu a mãe esbravejar e a recebeu cheia de carinho.
- Chega de brincadeiras, molequinha. Durma! Antes que leve umas palmadas.
Mesmo com sua autoridade, a mãe, foi enrolada por uns quarenta minutos, até que Betina cedeu novamente e fechou os olhinhos.
Mais que depressa, a esposa, cheia de afeto, retornou à cama e ficou desapontada quando ouviu do esposo:
- Ah! Meu amor, deixa pra amanhã. Esperei tanto que amoleceu. Os dois trocaram beijos, ajeitaram-se e dormiram.
Betina levantou, caminhou nas pontas dos pés até o quarto dos pais e sorriu satisfeita.
- Bem feito! O sorvete amoleceu, quem manda querer comer escondido de mim.
Betina voltou à cama e dormiu como um anjo.

Éverton Abreu

4 comentários:

  1. Ótimo texto. Parabéns!!!

    Quando possível, visite também o meu blog.

    Abraços

    http://complikda-eperfeitinha.blogspot.com/

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  2. rs...
    Muito bacana o conto, Evertão.
    Crianças...

    Abração.

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